Oi.

Sabe aqueles dias em que você quer falar e ser ouvido, de alguma forma e sobre qualquer coisa?
Bem essa foi a forma que eu (Amanda) e a Bruna encontramos de dizer a todo mundo o que pensamos e ouvir o que a s outras pessoas tem a dizer. Então entre, sente-se e sinta-se em casa, só não vale pé no sofá :D

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Poemas.... minha redenção

Como disse, amo literatura. E meu gosto é um tanto singular, pois uns dos poemas que mais me tocou em toda a minha curta vida é o poema "O Suicida", de Affonso Romano de Sant'anna.

O SUICIDA


Affonso Romano de Sant'Anna



O suicídio
não é algo pessoal.
Todo suicida
                     nos leva
ao nosso funeral.

O suicida
não é só cruel consigo.
É cruel, como cruel
só sabe ser
                  -o melhor  amigo.

O suicida
é aquele que pensa
matar seu corpo a sós.
Mas o seu eu se enforca
num  cordão de muitos nós.

O suicida
não se mata em nossas costas.
Mata-se em nossa frente,
usando seu próprio corpo
dentro de nossa mente.

O suicida
não é o operário.
É o próprio industrial, em greve.
É o patrão
que vai aonde
o operário não se atreve.

Todo homem é mortal.
Mas alguns, mais que outros,
fazem da morte
                      -um ritual.

O suicida, por exemplo,
e um vivo acidental.
É o general
que se equivocou de inimigo
e cravou sua espada
na raiz do próprio umbigo.

Mais que o espectador
que saiu do entreatro
o suicida
             é o ator
que questionou o teatro.

O suicida
é um retratista
que às clara se revela.
Ao expor seu negativo,
queima o retrato
                       -e se vela.

O suicida, enfim,
é um poeta perverso
e original
que interrompeu seu poema
antes do ponto final.

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